“Passamos de uma obsessão pela redução de custos para uma preocupação com a produtividade”

JOSÉ ESFOLA, DIRETOR-GERAL DA XEROX PORTUGAL

Existem vários estados de adoção de tecnologia e novos modelos de negócio. José Esfola diz que, de uma forma geral, “passamos de uma obsessão pela redução de custos, para uma maior preocupação com a produtividade, eficiência e facilidade de adoção de novas ferramentas e tecnologia

SUSANA MARVÃO
s.marvao@vidaeconomica.pt

Desde o passado dia 1 de janeiro que José Esfola assumiu a direção-geral da Xerox Portugal. O objetivo anunciado pela empresa foi o crescimento das vendas em Portugal sendo que, para alcançar esse desafio, a estratégia seria baseada em focar a atividade da estrutura portuguesa no desenvolvimento da oferta de serviços para as grandes contas e captar com a rede de parceiros as oportunidades de crescimento em PME.

José Esfola, que até agora era responsável pelo canal indireto da Iberia, “conseguiu grandes sucessos tanto em Espanha como em Portugal”, diziam no comunicado que apresentava o novo diretor-geral, com crescimento de negócio em ambos os países e a criação de uma forte estrutura de parceiros. Em Portugal, a empresa divulgou que o responsável conseguiu que +70% da faturação do país seja proveniente do canal indireto e da rede de parceiros, “graças à confiança gerada no canal multimarca e à contínua satisfação da rede de Concessionários e outros parceiros monomarca”.

À “Vida Económica”, José Esfola, que reporta a Paloma Beamonte, presidente da estrutura ibérica, definiu a Xerox como “uma empresa com uma herança enorme de inovação, que com os seus 112 anos de vida continua a apresentar soluções inovadoras e adaptadas à tecnologia e processos dos nossos dias, mantendo a liderança de mercado graças à confiança e lealdade dos nosso clientes e parceiros, como confirmam os vários analistas do setor”.

Aliás, José Esfola garante que não existem muitas empresas no setor que mantenham esta vitalidade e capacidade de adaptação. “Focamos a nossa energia na adaptabilidade da nossa oferta de soluções e serviços, à transformação do posto de trabalho, isto é mais abrangente do que falar apenas em transformação digital, é juntar a digitalização de processos a todas as demais tecnologias dos nossos dias, tecnologias essas que impactam a forma como as empresas e organizações interagem como os seus colaboradores, clientes, fornecedores e demais stakeholders”.

Ajustar-se às tendências

No que diz respeito às grandes alterações que o mercado onde a Xerox atua tem vindo a sofrer, José Esfola explana que estas são comuns a todos os fornecedores de tecnologia que têm de ajustar-se às tendências e desenvolvimentos da tecnologia, bem como à transformação do local e da forma como hoje se trabalha. Seja a Indústria 4.0, as soluções cloud, a mobilidade, a inteligência artificial, a IoT, o Big Data, a segurança e também todas as componentes legais que regulam estas matérias como a recente adoção europeia da Regulamentação de Proteção de Dados. “Olhamos para estas alterações e tendências, quer na forma como construímos e adaptamos a nossa oferta, quer também no que podemos utilizar como ferramentas e novos modelos de negócio para melhorarmos, quer essa mesma oferta, quer a forma como prestamos serviço aos nosso clientes e parceiros”.

Obsessão na redução de custos diminuiu

Existem vários estados de adoção de tecnologia e novos modelos de negócio. José Esfola diz que, de uma forma geral, “passamos de uma obsessão pela redução de custos, para uma maior preocupação com a produtividade, eficiência e facilidade de adoção de novas ferramentas e tecnologia”. Claro que, admite, continua a existir muito ruído e muita oferta “pouco consistente, pouco segura para relações duradouras e de efetiva parceria”. No entanto, esclarece que os decisores estão muito mais conhecedores do que são realmente as suas necessidades e quem são as empresas e fornecedores em quem podem confiar.

Em termos de concorrência, o novo diretor-geral reforça o facto da Xerox continuar com bastantes fornecedores apostados no fator preço, que abrigam a sua oferta em soluções mais rudimentares e conservadoras “Não digo que todos tenhamos de ter uma postura de vanguarda, mas estamos no negócio da tecnologia e toda a transformação que hoje conhecemos e que não irá abrandar, requer fornecedores inovadores, que acrescentem soluções, tecnologia e modelos de contratação, que permitam uma constante adaptabilidade a cada momento, a cada desafio de cada negócio”.

(Re)conhecidos pela impressão, José Esfola diz que a Xerox tem um legado único de soluções ligadas à impressão e hoje também à desmaterialização. “Na nossa área de negócio, somos atualmente uma referência na oferta de soluções inovadoras para processos de Transformação Digital”. E garante que as soluções da empresa, “apoiadas em tecnologia de vanguarda, permitem-nos suportar a transformação e recolha de dados, otimizando processos para empresas e organizações de qualquer dimensão”.

E se antes a Xerox era requisitada para tratar de processos e tecnologia de Impressão, hoje “chamam-nos para todas as fases de um processo de trabalho, desde a captura de informação, ao seu processamento, gestão de conteúdo e arquivo – este é o nosso negócio – automatizar processos de trabalho”.

Entrevista conduzida por SUSANA MARVÃO
para Vida Económica, 8 de Junho 2018